Entrevistas

Entrevista com Helio Gomes – Dicas de como começar a desenhar

Uma das coisas que eu acho mais complicado ao se desenvolver jogos é conseguir desenhar os personagens, mecânicas e cenários do jogo. Para tentar ajudar os futuros desenvolvedores de jogos entrevistamos o Prof. Helio Gomes para que o mesmo nos de algumas dicas de como começar a desenhar.

O Prof. Helio Gomes é formado na Escola Panamericana de Artes – EPA, possui pós graduação em marketing pelo grupo UNINTER e atualmente esta cursando o mestrado em educação na Universidade do Oeste Paulista UNOESTE.

Trabalha como professor no curso de Jogos Digitais da UNOESTE e gerência a escola de desenho EBAC.

Entrevista com Helio Gomes  – Dicas de como começar a desenhar

Fale sobre a EBAC.

A EBAC nasceu de um sonho que sempre tive de ensinar desenho e ilustração para crianças, jovens e adultos e em Julho de 1991 iniciamos nossos trabalhos. Ao longo destes anos temos encaminhado milhares de jovens aos mais diversos campo profissional (Faculdades) onde o conhecimento e a habilidade do Desenho tem importância fundamental.

Qual o site da EBAC ou facebook?

https://www.facebook.com/escolaebac

Conte um pouco sobre sua carreira.

Comecei fazendo letras e desenhos para painéis de rodovias, em uma Empresa especializada neste segmento, depois com a experiência que ganhei fui ilustrar painéis de cinema, pois naquela época, a divulgação dos filmes que entrariam em cartaz, tinha que ser desenhados em painéis gigantescos, e eu passei a produzi-los, foi uma experiência incrível. Com o tempo ingressei no mundo da Publicidade e não sai mais, além da área de criação e arte, como tinha a habilidade do desenho entrei direto no campo da ilustração profissional que é um dos caminhos, foram muitos livros, cartazes, anúncios, revistas feitos em vários estilos, técnicas etc.

Qual foi o “click” que despertou a sua arte?

Desde de criança já trazia comigo a vontade de desenhar. Ilustrava os trabalhos escolares e sempre recebia incentivo dos professores na escola, dos meus Pais, colegas, com certeza tudo começou a partir dali.

Quais os sentimentos pessoais e decisões profissionais que te levaram a essa escolha?

Como sempre tenho dito, “o dom sem ser desenvolvido não serve pra nada” e eu tive a sorte de ao longo do caminho ter encontrados profissionais que me incentivaram e me ensinaram, técnicas, macetes segredos e recursos da ilustração, pois na minha época as Escolas de Artes só existiam nas capitais e eram muito caras, o jeito foi iniciar aprendendo com pessoas da área, naquele tempo ainda dava para fazer isso. Tudo isso me ajudou a me desenvolver e ficar sempre nesta área. A formação em Escola de Artes veio depois.

Há algum desenhista, ou qualquer outro artista que lhe inspira ou inspirou?

Sim claro, no Brasil eu sempre estudei copiei e desenhava os trabalhos do grande ilustrador Benicio. John Buscema o grande mestre das HQ do estilo acadêmico e Claudio Villa o cara que praticamente foi o mais visto no mundo todo, pois, desenhava o gibi do Tex com um estilo fantástico de rosto, vestimenta e paisagens, além é claro de animais, principalmente cavalos e Osnei Rocha o mestre da ilustração infantil.

Qual o tipo de desenho que você mais gosta de fazer?

Quando se trabalha com ilustração profissional você perde um pouco o que ou qual estilo você realmente mais gosta, pois, você tem que fazer de tudo e saber usar praticamente todos os recursos que há para se conseguir resultado, claro que há os ilustrados que se destacam neste ou naquele estilo, no meu caso até como Professor de Desenho e Ilustração, gosto de todos. Já fiz Paginas Infantis para muitos jornais, ilustrações para revistas de musica, moda… em muitos estilos, nunca fiquei muito só em um único estilo, primeiro até por necessidade de mercado, depois por que peguei gosto pelos estilos, faço praticamente todos, mas, sou e serei sempre um eterno aprendiz, sempre.

Quais são suas principais influências para a criação do seu traço?

Sem duvida nenhuma, John Bucesma, Claudio Villa, Osnei Rocha, Augusto Miniguitti e Dirk Dzimirsky

Qual é a principal “mancada” no Brasil, em se tratando de incentivo ao artista?

Nós Brasileiros, consumimos muito material Americano e isto fez ao longo do tempo haver um desincentivo no investimento por parte das Editoras em Artistas Brasileiros e em seus trabalhos, mas, as produções independentes e a internet fizeram ressurgir o interesse e os artistas que até então estavam no anonimato apareceram, mesmo por que, competir com os heróis que hoje convivem conosco em nosso mundo, é praticamente impossível, por isso as produções independentes e segmentadas tem encontrado com sucesso, seus espaços no mercado de consumo de gibis.

É difícil ser artista neste país? Há outros segmentos onde o Desenho é importante?

Assim como os Sul americanos tem traços de desenhos que chamam a atenção de Editoras Americanas e Europeias, os brasileiros que estouraram lá fora e ainda continuam chegando no mercado de trabalho das HQs tem chamado a atenção pelo traços e estilo do desenho que é da nossa essência, ser difícil ou não é questão de estar no lugar certo na hora certa. Sim, hoje em dia também, a área do Desenho esta ligada diretamente a outros segmentos profissionais que abrem um grande Mercado de Trabalho seja na Comunicação, Arquitetura, Engenharia, Artes Visuais…Portanto ser Artista neste Pais agregando, conhecimento e pratica há inúmeras oportunidades de trabalho.

O que você sente ao ensinar seus alunos?

Eu penso e sigo exatamente essa linha por mais de vinte e cinco anos “O Sucesso dos alunos é o sucesso do Professor, o fracasso dos alunos é o fracasso do Professor” claro, salvo as exceções, o Norte para o aluno, é de responsabilidade do Professor, é ele que orienta e cobra, ensina e mostra o exemplo, motiva e fala dos obstáculos, mostra o horizonte mas diz a verdade, carrega no ombro e diz que ele faça o mesma coisa em situações extremas, todos vão e todos voltam, seja como for. É assim que sou é assim que tenho sido por décadas, os que conviveram e convivem comigo sabem disto, até por que na disciplina que leciono de Técnicas de Desenho, tem que ser assim, ou não funciona.

É preciso nascer com o dom artístico para desenhar?

Não, isto eu aprendi com o tempo. Ao longo dos anos tenho visto alunos que apenas gostam de desenhar tornando-se profissionais das mais diversas áreas onde o Desenho tem seu papel fundamental. Só o dom sem ser desenvolvido não leva a lugar nenhum, ele precisa ser orientado e desenvolvido. Por outro lado como disse, o fato da pessoa simplesmente gostar de Desenhar, ativa nela uma motivação incrível que, seguido de um ensinamento de técnica e orientação pode torna-lo(a) um(a) Profissional desta área.

Agora vamos ao que interessa. Uma das coisas mais difíceis para se desenvolver jogos é desenhar os personagens, cenários e mecânicas. Nos de algumas dicas de como começar a desenhar.

Primeiro é necessário gostar de desenhar.

A partir dai comece a estudar as técnicas de construção da figura humana, ou seja, divisão do corpo, axis, bloco, simetria, assimetria, movimentos, vestimentas, luz/sombra, traço, rosto, expressões, personagens, perspectiva para a construção de cenário… e por ai vai, sempre com a orientação de um Professor experiente.

Tenha paciência com o seu aprendizado, pois, a evolução virá naturalmente com a pratica e dedicação. Após iniciar seu aprendizado, pesquise estilo e veja com qual estilo e artista você se identifica mais, copie seus desenhos estude-o, isso é extremamente normal para criar seu próprio estilo no futuro, a maioria dos Designers fizeram isso no inicio.

É isso e relembrando que, no desenho o aprendizado consiste em noventa e cinco por cento em transpiração e cinco por cento de inspiração. Por tanto, nada de formulas milagrosas, o negocio é estudo e pratica, estudo e pratica e estudo e pratica. Deus abençoe a todos.

Desenhos criados por Helio

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Danilo Filitto

Sou Mestre em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Pós-Graduado em Redes de Computadores e Comunicação de Dados pela Universidade do Estado do Paraná – UEL, Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE.
Atuo na área acadêmica como professor desde 2006. Além de professor sou desenvolvedor de jogos, palestrante e mantenedor dos sites dfilitto e Make Indie Games.

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